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Dira Paes vive nos cinemas mãe que ajudou a denunciar exploração no campo durante busca pelo filho desaparecido

Por Regional ES

16/05/2022 às 00:02:12 - Atualizado há
Em 1993, Pureza Lopes Loyola deixou tudo pra trás, no interior do Maranhão, para procurar o filho que havia saído de casa com a promessa de uma vida melhor no Pará. A luta dela levou à criação de grupo que já resgatou 57 mil trabalhadores em condições análogas à escravidão. Dira Paes vive nos cinemas mãe que ajudou a denunciar exploração no campo durante busca pelo filho desaparecido


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O que uma mãe faria se seu filho saísse de casa em busca de uma vida melhor e não desse mais notícias? Em 1993, a maranhense Pureza Lopes Loyola não pensou duas vezes e deixou tudo pra trás, no interior do Maranhão, para ir em busca do filho, Abel, apenas com sua bíblia, uma bolsa e a foto dele.

Essa história real foi adaptada para os cinemas e quem vive Pureza, hoje com 75 anos, é a atriz Dira Paes.

"Eu estou arrepiada. Não foi um convite, foi uma convocação. Eu fui convocada pelo universo para fazer esse personagem. É um convite a assistir à saga de uma heroína abolicionista contemporânea. É a história dessa mulher, desse pedaço da vida dela, mas a gente vai entender também como é que se alicia um jovem cheio de sonhos e como é que você destrói os sonhos desse jovem também", conta Dira.

Dira Paes protagoniza longa 'Pureza' com cenas gravadas em Marabá, no Pará

Sem pistas de Abel, Pureza viajou do Maranhão ao Pará e se infiltrou em fazendas como cozinheira. Acabou descobrindo um sistema perverso, que usava falsas promessas para atrair trabalhadores para o campo, e eles acabavam explorados. Ela viu de de perto o drama dos peões, humilhados e alguns deles até assassinados.

Questionada se não teve medo de enfrentar homens poderosos, ela afirma:

"Eu não. Nunca tive um medo", garante, relembrando o que viu: "Matar um ser humano trabalhando, com fome, com febre, doente, já gemendo, já se arrastando. Aí mete não sei quantas balas".

Após conseguir fugir do cárcere privado, Pureza decidiu agir e denunciou a situação dos trabalhadores ao Ministério Público do Trabalho. A luta dela para encontrar Abel acabou levando, em 1995, à criação do primeiro grupo especial móvel de fiscalização para fazer cumprir a lei e garantir os direitos trabalhistas em todo o território nacional. Entre este ano e 2021, o grupo libertou mais de 57 mil trabalhadores em condições análogas à escravidão.

Trabalho escravo: relembre reportagens do Fantástico

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O filme "Pureza" já ganhou 28 prêmios nacionais e internacionais. Veja algumas cenas e saiba mais sobre a vida desta mulher guerreira no vídeo acima:

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Fonte: G1
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