Segundo ele, não há problemas contra os dois países, mas sim na expansão da infraestrutura militar para perto das fronteiras russas. Presidente russo, Vladimir Putin, durante evento em Moscou nesta segunda-feira (16)
O presidente Vladimir Putin disse nesta segunda-feira (16) que a Rússia não tem problemas com a Finlândia e a Suécia, mas que a expansão da infraestrutura militar em seu território exigiria uma reação de Moscou, à medida que os países nórdicos se aproximam da adesão à Otan.
Putin, falando em Moscou em uma cúpula da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO), liderada pela Rússia, disse que a expansão da Otan é um problema para a Rússia e que ela deve examinar atentamente o que ele disse serem os planos da aliança militar liderada pelos EUA para aumentar sua influência mundial.
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante reunião em Moscou no dia 9 de maio de 2022
Mikhail Metzel/Pool via Reuters
"Grave erro com consequências de longo alcance"
As candidaturas de Suécia e Finlândia para integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) são um "grave erro" que escalarão ainda mais as tensões da Rússia com o Ocidente, afirmou nesta segunda-feira (16) o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Riabkov.
Riabkov disse que "o nível de tensão" entre seu país e o Ocidente aumentará caso as novas adesões aconteçam.
"É um grave erro adicional, cujas consequências terão um longo alcance", declarou o vice-ministro, segundo a agência de notícias Interfax.
Premiê da Suécia anuncia intenção do país em ingressar na Otan
Também nesta segunda-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia "acompanhará de perto" as candidaturas de Finlândia e Suécia para a Otan, que, segundo ele, não fortalecerão a "arquitetura da segurança da Europa".
Riabkov disse que a resposta da Rússia "dependerá das consequências práticas da adesão" dos dois países nórdicos à aliança militar ocidental.
"Para nós, está claro que a segurança da Suécia e da Finlândia não será reforçada por esta decisão", afirmou.
Fronteira entre Rússia e Finlândia
Arte/g1
Movimento de adesão
Ambos os países mantinham à década o modelo de neutralidade, pelo qual não aderiam a nenhuma aliança militar e nem enviavam tropas ao exterior. Os dois não entraram para a Otan nem durante a Guerra Fria.
Bandeira da Ucrânia é levantada em meio a comemorações de Páscoa em Helsinque, capital da Finlândia
Emmi Korhonen/Lehtikuvavia Reuters
A mudança de rumo, considerada o principal movimento da geopolítica mundial em decorrência da invasão da Rússia à Ucrânia, é considerada uma grande ameaça pela Rússia, que alega que a Otan vem buscando se aproximar de seu território nos últimos anos.
A Finlândia, vizinha da Rússia, compartilha 1.300 quilômetros de fronteira com o país.
A primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson, dá entrevista antes de o Parlamento sueco discutir a entrada do país na Otan, no dia 16 de maio de 2022
Henrik Montgomery/TT News Agency/AFP
A Rússia justificou, entre outras alegações, a ofensiva contra a Ucrânia por sua aproximação da Otan e pelou apoio político, diplomático e militar da organização ao governo ucraniano. Moscou pretendia, desta maneira, afastar os ocidentais de suas fronteiras.
Os países da Aliança também estão fornecendo grandes quantidades de armas às forças ucranianas que lutam contra o exército russo há quase três meses.