Mundo

Comissão Europeia anunciará na próxima semana se abre caminho para adesão da Ucrânia à UE

Por Regional ES

11/06/2022 às 19:12:14 - Atualizado há
Durante uma visita à Kiev neste sábado, Ursula von der Leyen, presidente da instituição, afirmou que avaliação da candidatura acontecerá até o final da próxima semana. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, discutem adesão da Ucrânia à União Europeia

Valentyn Ogirenko/REUTERS
CRICARE
A Comissão Europeia anunciará na próxima semana se considera viável a candidatura da Ucrânia à União Europeia (UE), afirmou neste sábado a presidente do Executivo do bloco durante uma visita surpresa a Kiev, em plena ofensiva militar russa no leste.

"As conversas que tivemos hoje nos permitirão ter nossa avaliação até o final da próxima semana", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em uma entrevista coletiva ao lado do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

União Europeia propõe suspender todas as tarifas sobre as importações da Ucrânia

Presidente da Ucrânia, Zelensky faz apelo a membros da União Europeia: 'Provem que estão conosco'

O governo da Ucrânia pressiona por um "compromisso jurídico" concreto da UE de examinar sua candidatura, como forma de reduzir a vulnerabilidade geopolítica do país, invadido em 24 de fevereiro pela Rússia.

Existe a expectativa de que a candidatura da Ucrânia receba uma luz verde na próxima reunião de cúpula do bloco, em 23 e 24 de junho.

Vários altos funcionários e líderes dos 27 alertaram que, mesmo que a Ucrânia obtenha o status de país candidato, um processo de admissão pode levar anos ou até décadas.

Von der Leyen destacou que a ex-república soviética registrou "avanços no fortalecimento do Estado de Direito, mas ainda é necessário implementar reformas para lutar contra a corrupção, por exemplo".

Zelensky respondeu que o destino da UE está em grande parte em jogo na Ucrânia.

"A Rússia quer destruir a unidade europeia, quer dividir a Europa e enfraquecê-la. Toda a Europa é um alvo da Rússia. A Ucrânia é apenas o primeiro passo desta agressão", declarou.

A visita de Von der Leyen - a segunda desde o início da guerra - coincide com a intensificação dos combates na região do Donbass (leste), já parcialmente controlada por separatistas pró-Rússia desde 2014.

'Devastar cada cidade do Donbass'

O gabinete de Zelensky citou neste sábado bombardeios noturnos dos "ocupantes" na região de Kharkiv, assim como em Lugansk e Donetsk, que formam o Donbass.

Um fotógrafo da AFP relatou duelos de artilharia durante o dia em torno de Severodonetsk.

A tomada dessa cidade abriria caminho de Moscou para outra grande cidade, Kramatorsk, uma etapa importante para conquistar a totalidade da bacia.

"O inimigo" tenta "intensificar a concentração de suas tropas", mas as forças ucranianas resistem "com sucesso" em Severodonetsk, perto de Metiolkiné, onde "os ocupantes recuaram", e "perto de Popasna", indicou o Estado-Maior ucraniano.

"A Rússia quer devastar cada cidade do Donbass, cada uma delas, sem exagero", declarou Zelensky na sexta-feira.

Em Lysychansk, os moradores enfrentam um dilema: ficar e suportar os bombardeios ou fugir e abandonar suas casas.

Um líder separatista de Lugansk, Leonid Pasechnik, admitiu que "Severodonetsk não foi 100% libertada". "No momento, não conseguimos controlar a zona industrial", disse Pasechnik à AFP durante uma visita a um hospital militar russo em construção na região.

"Mas atingiremos nosso objetivo, libertaremos a zona industrial, Severodonetsk (...) e Lysychansk será nossa", acrescentou.

"A Rússia segue dispondo de potencial suficiente para travar uma longa guerra contra nosso país", afirmou o departamento de inteligência militar do Ministério da Defesa da Ucrânia.

Estados Unidos e UE deram forte apoio ao país sob ataque, fornecendo armas e apoiando sua economia, além da aplicação de duras sanções contra a Rússia.

Mas a Ucrânia pressiona para obter armas de longo alcance e um embargo às importações de combustíveis russos, dos quais muitos países europeus dependem atualmente.

Risco alimentar mundial

As consequências do conflito afetam o mundo, especialmente o mercado de alimentos devido ao papel importante de Ucrânia e Rússia como exportadores de trigo.

As saídas marítimas da Ucrânia estão bloqueadas de fato, o que impede a exportação de milhões de toneladas de trigo.

Antes da invasão russa, a Ucrânia era o maior produtor mundial de óleo de girassol e um dos principais exportadores de trigo, mas agora milhões de toneladas de cereais estão bloqueadas.

Em um vídeo exibido no Diálogo de Shangri-La, um fórum de segurança que acontece em Singapura, Zelensky alertou que, se a Ucrânia não retomar as exportações, "o mundo enfrentará uma grave crise alimentar, incluindo fome", em vários países da Ásia e da África.

A ONU e vários países tentam abrir um corredor marítimo para permitir as exportações.
Fonte: G1
Comunicar erro
Regional ES

© 2024 Regional ES - Todos os direitos reservados.

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Regional ES