O servidor pĂșblico teria se beneficiado do cargo para tentar receber propina na negociação de um contrato
Um servidor pĂșblico efetivo da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), um representante empresarial e uma empresa de automação e segurança foram condenados pela Justiça por improbidade administrativa na negociação de contratos.
Segundo a denĂșncia apresentada pelo Ministério PĂșblico do EspĂrito Santo (MPES), em 2015, o servidor Cristhian Marchiore Gavazza e o representante Washington Rodrigo Figueiredo AraĂșjo se articularam para tentar receber propina da Sejus caso a empresa indicada por eles, a Ausec Automação e Segurança Ltda, fosse contratada.
Na Ação Civil PĂșblica, o MPES relatou que o servidor pĂșblico da Sejus estava cedido para ocupar um cargo comissionado no Instituto de Atendimento Socioeducativo do EspĂrito Santo (Iases), onde atuava como gestor de um contrato.
Em outubro de 2015, uma nova reunião foi realizada em um restaurante de Vitória. O encontrou contou com a presença do então secretĂĄrio de Estado da Justiça, EugĂȘnio Ricas.
Na reunião, segundo o MPES, Washington Rodrigo Figueiredo AraĂșjo propôs, em um guardanapo, o pagamento de propina de 1,5% do valor do contrato com a Sejus, para ele e o servidor da pasta, e de 9% para o então secretĂĄrio. Ricas, que também é delegado da PolĂcia Federal, deu voz de prisão ao representante.
Cristhian também foi proibido de contratar com o Poder PĂșblico ou receber benefĂcios e incentivos fiscais ou creditĂcios, direta ou indiretamente, por trĂȘs anos.
O representante empresarial e a empresa também foram condenados à suspensão dos direitos polĂticos por cinco anos, ao pagamento de multa civil corrigida e à proibição de contratar com o Poder PĂșblico ou receber benefĂcios ou incentivos fiscais ou creditĂcios, direta ou indiretamente, pelo prazo de trĂȘs anos.
O servidor pĂșblico e o representante também foram denunciados pelo MPES na esfera criminal e respondem pelo crime de corrupção ativa.
Esclarece que em 2015, em razão da denĂșncia, a Corregedoria da pasta abriu Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para investigar o caso, que tramitou com sugestão de demissão. O servidor no entanto, havia conseguido, por meio de liminar, se manter no cargo.
A reportagem fez contato com o advogado do empresĂĄrio, este, porém, preferiu não se manifestar sobre o caso.
Não conseguimos contato com a defesa do servidor pĂșblico e da empresa citados. O espaço segue aberto caso queiram se posicionar.