Em dois centros de detenção federais na Califórnia, mais de 50 trabalhadores imigrantes estão em greve por condições de trabalho inseguras e baixos salários. "Estamos sendo explorados e estamos recebendo US$ 1 por dia para limpar os dormitórios", disseram os grevistas em um centro de detenção central da Califórnia.
Trabalhadores detidos, conhecidos como "porteiros de habitação", participam de um programa de trabalho supostamente voluntário enquanto estão presos. Eles usam seus ganhos para pagar o custo exorbitante de telefonemas e itens como fio dental e tortilhas.
"Eles são obrigados a fazer isso", diz Alan Benjamin, delegado do Conselho Trabalhista de São Francisco que conversou diretamente dos trabalhadores em greve.
"Não é voluntário; é trabalho obrigatório, sem saneamento e equipamentos adequados", afirmou. "O mofo é terrível", acrescentou. "As pessoas estão ficando doentes, uma após a outra", destacou.
A Divisão de Segurança e Saúde Ocupacional da Califórnia, ou Cal/OSHA, está atualmente investigando as condições de trabalho nas instalações do Golden State Annex U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE), perto de Bakersfield, onde os trabalhadores estão em greve desde 6 de junho.
O California Collaborative for Immigrant Justice, juntamente com outras organizações, apresentou uma queixa à Cal/OSHA em maio em nome de sete detidos. A denúncia acusa que os imigrantes detidos vivem em condições inseguras, com manchas pretas de mofo subindo pelas paredes dos chuveiros e partículas de poeira fibrosa preta emitidas para os dormitórios através de aberturas de ventilação. No ano passado, a Califórnia promulgou um projeto de lei, SB 334, exigindo que os operadores de instalações de detenção de imigrantes seguissem todos os regulamentos estaduais de ocupação e saúde e segurança.
O mofo pode levar à asma, infecções respiratórias e muito mais. "Estou com medo porque meu pulmão foi impactado", disse um pai de quatro filhos detido no Golden State Annex. "A poeira e o mofo são ruins para nossa saúde e, infelizmente, estamos em um lugar onde parece que eles não se importam com nossa saúde".