Mundo Flórida, EUA

'Poços da morte: piscinas sem oxigênio no fundo do Mar Vermelho matam tudo que se aproxima

Descoberta das regiões hipersalinas podem ajudar a ciência a descobrir alguns dos segredos sobre como era a Terra nos primórdios

Por Regional ES

22/05/2023 às 06:05:00 - Atualizado há
Piscinas de salmoura matam ou atordoam instantaneamente todas as criaturas que se aproximam demais Reprodução / OceanX

Pesquisadores da Universidade de Miami (Flórida, EUA) encontraram quatro piscinas de salmoura, áreas com água com salinidade três a cinco vezes superior à média, no fundo do Mar Vermelho, localizado entre a África e a Ásia. Conhecidas como "poças da morte", as regiões foram descobertas em uma expedição, em 2020, e podem ajudar os cientistas a descobrir alguns dos segredos sobre como era o planeta Terra nos primeiros dias, aponta o site britânico "Unilad".

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"As piscinas de salmoura do fundo do mar são um ótimo análogo para a Terra primitiva e, apesar de serem desprovidas de oxigênio e hipersalinas, estão repletas de uma rica comunidade dos chamados micróbios 'extremófilos'", disse Sam Purkis, autor do estudo, ao site "Live Science".

"Estudar esta comunidade, portanto, permite um vislumbre do tipo de condições em que a vida apareceu pela primeira vez em nosso planeta e pode guiar a busca por vida em outros "mundos aquáticos" em nosso sistema solar e além", completou ele.

Regiões hipersalinas foram descobertas em uma expedição em 2020 — Foto: Reprodução / OceanX

Regiões hipersalinas foram descobertas em uma expedição em 2020 — Foto: Reprodução / OceanX

As piscinas são consideradas um dos ambientes mais extremos do planeta Terra por não ter oxigênio. As regiões repletas de salmoura matam ou atordoam qualquer criatura marinha que se aproxima demais. As criaturas que não são mortas instantaneamente se tornam presas fáceis para os predadores pacientes que circulam nas proximidades para devorá-los.

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Os pesquisadores apontam que os animais que normalmente viveriam no fundo do mar e o agitariam não estão nessas piscinas. Isso permite que os cientistas levantem a hipótese de que a camada de sedimentos da região seja basicamente a mesma desde a sua criação e esteja "extraordinariamente intacta".

Ainda de acordo com o estudo, existe uma enorme quantidade de água abaixo do oceano. Para os especialistas, a parte do mundo onde as "poças da morte" estão localizadas um dia será o lar de um novo oceano, à medida que as placas tectônicas africana, árabe e somali se afastam umas das outras e muito lentamente dividem a Terra.

* Estagiário sob supervisão de Fernando Moreira

Fonte: Extra Notícias
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