Jovem de 19 anos estudava nos Estados Unidos e morreu após o carro capotar durante uma viagem com amigos para St. Geoge, em Utah. Família de Santos, SP, vive angústia com burocracia para a liberação do corpo.
Uma família de Santos, no litoral de São Paulo, luta para conseguir repatriar o corpo de Aléxia Annozoro de Campos, de 19 anos, e poder se despedir da jovem que morreu em um acidente de carro nos Estados Unidos. O pai, Alexandre Ribeiro de Campos, contou ao g1, nesta sexta-feira (14), que é grande a angústia pela espera devido à burocracia na liberação que, segundo ele, pode chegar a três meses.
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O carro em que Aléxia estava com outros quatro brasileiros capotou na cidade de St. George, no estado norte-americano de Utah, no último dia 7 de julho. Além dela, outra jovem morreu, enquanto os demais três ocupantes ficaram feridos. A jovem morava há cinco anos em Provo, que fica no mesmo estado e está a três horas de distância do local da fatalidade.
Embora a família seja adepta da doutrina espírita e acredite que ela está em um lugar de luz, Alexandre ressalta que tem sido difícil suportar a "angústia pela espera em sepultá-la".
Após o acidente, uma vaquinha virtual foi iniciada para levantar recursos para ajudar as famílias das vítimas a arcar com os custos hospitalares e dos funerais dos envolvidos no acidente.
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Segundo Alexandre, rapidamente o dinheiro foi arrecadado, no entanto, o prazo informado para o traslado do corpo da filha foi de dois a três meses.
"Esse grande lapso de tempo chega a ser desumano", disse o escrivão de polícia.
De acordo com Alexandre, a filha era "uma menina de muita luz e alegria", que se mudou há cinco anos para os EUA para estudar. Durante esse tempo, sempre manteve o contato com a família. A jovem morava em Provo e cursava faculdade de microbiologia, mas sonhava em ser médica.
"Medicina é pós-graduação [nos Estados Unidos], então há necessidade de se cursar uma faculdade anterior", explicou Alexandre.
Família de Aléxia, que mora em Santos, SP, luta para fazer a despedida da filha — Foto: Arquivo Pessoal
Ele contou que a filha esteve no Brasil em maio para visitá-los. "Falávamos com ela todos os dias, sempre mais de uma vez", relatou o escrivão. Ele contou, ainda, que Aléxia ligava ao sair, chegar em casa e antes de dormir. "Para darmos o boa noite".
Nos EUA, a jovem trabalhava como assistente médica e ajudava na organização de eventos na faculdade. Ate março ela morava na casa dos tios, mas se mudou quando a tia morreu. "Abalou muito minha filha, mas ela tinha um sonho e decidiu permanecer nos EUA".
Ao saber a notícia, a família cogitou ir aos Estados Unidos, mas chegou à conclusão de que não adiantaria, pois o corpo de Aléxia aguarda translado [transferência] no necrotério.
Desta forma, os familiares deram início aos procedimentos para que o corpo para ser sepultado no Brasil. "Os trâmites burocráticos estão sendo realizados", disse Alexandre, que luta para reduzir o tempo e repatriar a filha antes do prazo informado, de dois a três meses.