Parlamentares investigam se empresas estariam misturando metanol com etanol, o que é proibido pela legislação
Na reunião extraordinária da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Uso e Manuseio de Combustíveis da última quinta-feira (24) foram ouvidos os proprietários de um espaço na Serra que abriga tanques de combustível que poderiam estar sendo utilizados para o cometimento de irregularidades. A suspeita é de adulteração de combustível e sonegação fiscal.
Questionados pelo presidente do colegiado, deputado Denninho Silva (União), se tinham conhecimento que empresas localizadas no espaço estavam misturando metanol com etanol (o que é proibido pela legislação), os três convocados, que são da mesma família, alegaram desconhecer qualquer tipo de irregularidade por parte das empresas.
Dois deles são da empresa que aluga o espaço, e o outro trabalha para uma firma de lubrificantes que atua no lugar. Denninho falou que após ouvir os convocados o colegiado vai analisar os depoimentos para verificar se ocorreu algum conflito nas informações fornecidas por eles.
Fotos da reunião da CPI
Ele pontuou que o metanol é um produto altamente tóxico e que traz riscos para quem entra em contato com essa substância química. "Essa mistura traz prejuízo para o meio ambiente e para o ser humano. Se encostar pode ficar cego e até perder a própria vida. Esse metanol entra sem imposto. Temos denúncia de etanol entrando também sem nota fiscal, gasolina adulterada e sonegação. São várias denúncias e estamos apurando", afirmou.
O parlamentar lembrou que há três semanas a CPI, em conjunto com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), interditou três postos de gasolina em Vila Velha. "Quando a gente recebe uma denúncia vai para campo, apura as denúncias, pede à receita estadual e federal para quebrar o sigilo e fazemos o trabalho investigatório", contou.