O policial acusado de atirar contra o animal é de Minas Gerais. Ele passou por audiência de custódia no fim de semana e foi liberado sem fiança
Após presenciar o momento em que seu cachorro foi morto a tiros em Guarapari, a empresária Iasmin Lima Peçanha Avelar, de 32 anos, define a perda do animal de estimação como irreparável. Churros, como era chamado, foi morto a tiros pelo subtenente da reserva da Polícia Militar de Minas Gerais, Anderson Carlos Teixeira, de 52 anos, no último sábado (9).
Após o ocorrido, o militar foi preso em flagrante, mas no domingo (10), Anderson passou por uma audiência de custódia, onde o juiz de plantão Rubens José da Cruz concedeu a liberdade provisória a ele sem o pagamento de fiança.
De acordo com a empresária, tudo aconteceu quando ela estava acompanhada do esposo, da filha de um ano e dos dois irmãos de 9 e 12 anos. A família caminhava pela rua Vitória da Conceição, na Praia do Morro, em Guarapari. A região é próxima da casa onde o Churros mora.
"Uma vez que buscava as crianças na escola, levava ele junto, mais na guia ou então quando passeava no calçadão também sempre na guia", disse Iasmin sobre o comportamento do cachorro.
Para além de uma caminhada, ela havia levado Churros para passear com o intuito de que o animal fizesse suas necessidades fora de casa. Como havia uma festa na casa, eles preferiram levar o animal para passear.
Durante o passeio, a empresária conta que Churros se aproximou de um rapaz, o subtenente da reserva da Polícia Militar de Minas Gerais, Anderson Carlos Teixeira. Segundo ela, o homem não gostou da aproximação do animal, sacou uma arma e atirou contra o animal.
"Eu entendo que pessoas podem não gostar de cachorro, eu respeito isso, menos ter feito o que ele fez, principalmente na frente das crianças, que ficaram desesperadas", lembrou.
Iasmin contou que o irmão dela, de apenas 9 anos, estava do lado do cachorro quando tudo aconteceu.
Mesmo após os tiros, Churros não morreu na hora. Ele ficou ensanguentado, mas conseguiu andar debilitado. Após o susto, o casal colocou o cachorro no carro e levou ele até o veterinário onde já tinha o costume de tomar vacina, mas durante a cirurgia, Churros não resistiu.
"Além da perda, que é irreparável, que nenhum outro cachorro substitui, ele era como se fosse um filho mesmo, da forma que ele era tratado e nada vai substituir".
Além da tristeza pela perda irreparável, outra preocupação de Iasmim é em relação às crianças que presenciaram o momento.
"As crianças pediram, pelo amor de Deus, não faz isso. Ele não pensou duas vezes na hora que ele atirou."
Assustado com toda situação e por conhecer a região, o irmão de Iasmim correu para casa sem que ela visse e quando ela chegou em casa, se deparou com o menino aos prantos no chão.
"Quando eu cheguei em casa, o meu irmão estava caído no chão da cozinha, se batendo desesperado, e minha irmã também".
"Ele, como ele foi muito frio, ele não falou muita coisa além de que ele ia matar o cachorro, então ele não guardou a arma dele, logo depois que ele atirou", disse a empresária.
"Ele continuou com a arma apontada. Ele apontou a arma para as crianças, ele apontou a arma para mim, ele apontou a arma para o meu esposo, ele saiu andando como se nada tivesse acontecido, ainda com a arma na mão, até ele guardar."
Anderson Carlos Teixeira foi autuado em flagrante por maus-tratos aos animais, levado para o Centro de Detenção Provisória de Guarapari e liberado após a audiência de custódia realizada no domingo (10).