Investigação começou após um detento confessar que pagou R$ 8 mil por vaga de trabalho na cozinha do presídio. Três pessoas foram presas nesta sexta-feira (09)
Uma advogada, esposa de um detento, está entre os envolvidos em um esquema de venda de postos de trabalho na Penitenciária de Segurança Máxima 1, em Viana. É o que aponta a investigação realizada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES).
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Nesta sexta-feira (09), o Ministério Público deflagrou uma operação e prendeu três pessoas envolvidas no esquema. Além das prisões, também foi expedido mandado de prisão contra um interno da unidade.
A investigação começou após um detento confessar que pagou R$ 8 mil, por meio de familiares, para ter acesso à vaga de trabalho na cozinha do presídio. Presos que trabalham recebem uma série de benefícios, como a redução de pena.
No esquema, segundo a investigação, envolvia a "venda de camisas" (postos de trabalho) e outros benefícios no âmbito do Projeto Amigurumi (crochê), concentrado em duas galerias da unidade.
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Para operar o esquema, os servidores públicos contavam com a participação de um interno, que negociava os benefícios entre os demais presos por valores pagos em espécie.
Eram impostos valores diferenciados, de acordo com a capacidade econômica dos presos e conforme integrassem ou não a mesma facção do denunciado, que poderia reter para si parcela do valor eventualmente cobrado a maior.
A venda de benefícios também ocorria em meio a ameaças ou retaliações, ou, ainda, imposição de sanções disciplinares infundadas. Uma advogada e esposa de um dos presos também ajudava a coletar os valores pagos pelos internos.
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O esquema fraudulento também foi confirmado por mais de 30 internos, em uma sindicância instaurada pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) para apurar os fatos.
A operação é realizada pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do Grupo Especial de Trabalho em Execução Penal (GETEP), com o apoio do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES e da Polícia Penal do Espírito Santo.
Em nota, a Secretaria da Justiça (Sejus) informou que o servidor investigado foi nomeado como diretor-adjunto da unidade prisional em abril de 2021 e exonerado do cargo em dezembro de 2022. Atualmente, ele exercia funções como policial penal na área de escolta prisional.
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"A Secretaria da Justiça (Sejus) e a Polícia Penal do Espírito Santo (PPES) informam que colaboram com as investigações deflagradas pelo Ministério Público e ressaltam que não compactuam com atos ilícitos que comprometam a transparência e a boa gestão do sistema penitenciário capixaba", concluiu a Sejus.
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A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Espírito Santo (OAB-ES) também foi procurada, mas ainda não se manifestou sobre a prisão da advogada.
Além disso, a reportagem tenta localizar a defesa dos envolvidos. O espaço está aberto para manifestação.