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MPES descarta atentado a prefeito no ES: tiros vieram de dentro do carro

Por Regional ES em 18/01/2025 às 05:08:27

Foto: Reprodução

O Ministério PĂșblico do EspĂ­rito Santo (MPES) arquivou o inquérito policial que investigava um possĂ­vel atentado contra o prefeito de Afonso ClĂĄudio, Luciano Pimenta (PP), na região Serrana do EspĂ­rito Santo, após uma série de contradições no depoimento do prefeito, que apontam a inexistĂȘncia do crime. As informações estão disponĂ­veis no inquérito a que o Folha Vitória teve acesso.

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O caso ocorreu em 22 de outubro de 2024. Na ocasião, Pimenta relatou ter sido vĂ­tima de uma tentativa de homicĂ­dio.

O carro do prefeito apresentava perfurações de munição de arma de fogo, mas conforme apontam as investigações, os disparos teriam sido efetuados de dentro do próprio veĂ­culo.

Relembre o caso

O caso ocorreu em 22 de outubro de 2024. Na ocasião, Pimenta alegou que seguia para a casa quando avistou dois homens em uma motocicleta parada próxima ao imóvel. Nesse momento, o homem que estava na garupa teria começado a atirar.

Pimenta afirmou que carregava no carro uma pistola 9 milĂ­metros e revidou a agressão com cerca de 10 disparos. Com isso, os suspeitos teriam fugido pela estrada que conduz à Mata da Gameleira, mas que o garupa teria continuado a disparar.

Estes disparos teriam, inclusive, atingido o vidro traseiro do carro do prefeito, o que teria causado as perfurações de tiros. Pimenta afirmou que voltou para casa e acionou a PolĂ­cia Militar por volta de 21h57 e que o ataque teria ocorrido às 21h.

Disparos partiram de dentro do carro

No inĂ­cio da investigação, a PolĂ­cia Civil realizou perĂ­cias no veĂ­culo do prefeito, além de nas cĂĄpsulas que foram deflagradas no carro. Além disso, os policiais também tentaram obter imagens de câmeras de videomonitoramento que pudessem ter capturado a motocicleta utilizada no suposto crime.

A primeira contradição, de acordo com a investigação, é que durante o depoimento, Pimenta teria alegado que as perfurações no vidro traseiro de seu veĂ­culo teriam sido causadas por disparos dos suspeitos.

Acontece que o laudo pericial realizado nos vidros traseiro e dianteiro, mostrou que os disparos foram feitos de dentro para fora, ou seja, pela própria vĂ­tima.

Além disso, as cĂĄpsulas de munição .40 encontradas no veĂ­culo, estavam muito próximas umas das outras, o que contraria a versão do prefeito de que o garupa teria continuado a atirar enquanto fugia.

Outra contradição apontada pela perĂ­cia é que as cĂĄpsulas de .40 teriam sido de quatro armas diferentes, o que contradiz outra alegação de Pimenta, de que apenas um suspeito teria disparado.

As cĂĄpsulas .40 apreendidas pertenciam a 04 (quatro) armas de fogo distintas, o que é incoerente com o relato do ofendido, que afirmou que os disparos foram realizados apenas pelo indivĂ­duo que estava na garupa da motocicleta, informa a decisão.

Teia de aranha e outras contradições

Outro ponto que contradiz o depoimento de Pimenta é o fato de que em uma das cĂĄpsulas de .40 encontradas no interior do veĂ­culo, terem sido achadas teias de aranha, o que demonstra que aquela cĂĄpsula não foi utilizada no momento do suposto crime.

Além disso, os investigadores também conseguiram imagens de um posto de gasolina, onde o prefeito alegou ter sido perseguido pela dupla enquanto fugia, no interior da cidade de Afonso ClĂĄudio.

No vĂ­deo, segundo os policiais, é possĂ­vel ver o carro de Pimenta, mas não a moto onde estariam os suspeitos ou qualquer outro nos minutos que seguiram a passagem do automóvel do prefeito.

Mais um ponto, segundo a investigação, que contraria o depoimento do prefeito é alegação dada por ele de que o crime teria ocorrido por volta de 21h e que a PolĂ­cia Militar teria ido à sua casa 10 minutos após os fatos, mas a ligação para a PM ocorreu apenas às 21h57, quase uma hora após o suposto atentado.

Por conta das contradições, além dos laudos periciais, o MPES concluiu que não hĂĄ materialidade para o crime de tentativa de homicĂ­dio, assim como não hĂĄ testemunhas do caso ou provas.

"No caso dos autos, vejo que não preenchem os requisitos mĂ­nimos para dar prosseguimento ao feito, eis que os elementos colhidos durante as investigações apontam para a inexistĂȘncia do crime narrado", conclui a decisão.

A reportagem do Folha Vitória procurou o prefeito de Afonso ClĂĄudio, além da liderança do partido, para comentar sobre a decisão. Até o fechamento desta matéria não houve retorno.

Fonte: Folha Vitória

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