"Pareciam canhões em uma antiga batalha marítima", diz o cineasta de vida selvagem Bertie Gregory; Gigantes marinhos viram sua população declinar por pesca predatória no século 20
Uma cena raríssima captada durante gravações para uma nova série de TV mostra a força da natureza de se recuperar de perdas — se o homem assim permitir. Cineastas e cientistas capturaram em vídeo cerca de 300 baleias-comuns reunidas em um banquete nas águas geladas da Antártida. A cena impressiona por diferentes motivos.
No aspecto estético, ver tantos gigantes marinhos fazendo o mar borbulhar em torno de seus alimentos preferidos — os krill (um micro crustáceo rico em ferro) e várias espécies de pequenos peixes — por si só é algo hipnotizante. "Pareciam canhões em uma antiga batalha marítima", diz o cineasta de vida selvagem Bertie Gregory.
Mas não para aí. As baleias-comuns (Balaenoptera physalus), conhecidas no inglês como fin-whales, são o segundo maior animal do mundo, podendo pesar 80 toneladas e atingir até 27 metros de comprimento. Elas perdem apenas para a baleia-azul. No passado, cenas como essa eram mais comuns, porém a pesca predatória prejudicou a população da espécie, que chegou a perder mais de 700 mil indivíduos ao longo do século XX.
Graças aos esforços de conservação realizados nas últimas décadas e a moratória imposta pela Comissão Baleeira em 1982 proibindo a caça comercial de baleias, as populações de baleias-comuns voltaram a se recuperar.
Confira abaixo o banquete com dezenas de baleias-comuns:
Essa ferramenta permitiu a equipe rastrear os animais pela primeira vez enquanto migravam pela costa do Chile. "Se pudermos aprender mais sobre eles, poderemos protegê-los melhor" diz Hickmott. Segundo o biólogo, vivemos uma "época de muita escuridão" no campo científico, com crises sobrepostas, incluindo mudanças climáticas, perda de habitat e extinção em massa. As novas informações sobre rotas de migração aparecerão em breve na revista científica Royal Society Open Science .